A Klabin, produtora de celulose e maior fabricante brasileira de papéis para embalagens, registrou prejuízo de R$ 82,89 milhões no quarto trimestre, frente a lucro líquido de R$ 108,9 milhões um ano antes, embora o resultado operacional do intervalo tenha sido melhor.
A última linha do balanço acabou refletindo o efeito da variação cambial na parcela da dívida expressa em moeda estrangeira, que contribuiu para resultado financeiro líquido negativo de R$ 692,69 milhões no trimestre, comparável a R$ 235,49 milhões também negativos um ano antes. A alta de 4% na taxa de câmbio do período resultou em variações cambiais líquidas negativas em R$ 491 milhões no intervalo, sem efeito caixa.
A receita líquida da Klabin subiu 17% no trimestre, para R$ 2,298 bilhões, enquanto o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado teve alta de 31%, a R$ 855 milhões. A margem Ebitda foi de 37% no trimestre — alta de 4 pontos percentuais.
As vendas totais da companhia, sem incluir madeira, cresceram 8%, a 842 mil toneladas no trimestre, impulsionadas principalmente pela entrada em operação da nova fábrica de celulose, em Ortigueira (PR).
No acumulado de 2017, a Klabin teve lucro líquido de R$ 532 milhões, equivalente a recuo de 79%. A receita líquida anual ficou em R$ 8,37 milhões, alta de 18%, enquanto o Ebitda ajustado somou R$ 2,74 bilhões, crescimento de 20%.
Ao fim de dezembro, a dívida líquida da Klabin estava em R$ 11,278 bilhões, com alta de 1% em três meses. A alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 4,1 vezes, queda de 0,3 ponto na mesma comparação.
Operacional
O aumento no volume de vendas de celulose e papéis e a melhora dos preços internacionais explicam o avanço do resultado operacional da Klabin no quarto trimestre. No intervalo, a receita de vendas de celulose de fibra curta, longa e fluff totalizou R$ 728 milhões, com alta de 55% na comparação anual e de 11% ante o terceiro trimestre.
A receita das vendas de papéis, embalagens e madeira, por sua vez, somou R$ 1,57 bilhão, com crescimento de 5% na comparação anual, diante principalmente do aumento no volume de vendas de produtos de conversão, que têm maior preço em relação aos demais itens.
As vendas em volume de celulose no trimestre ficaram em 363 mil toneladas, com crescimento de 3% frente aos três meses anteriores. Conforme a companhia, do volume comercializado, 265 mil toneladas foram de fibra curta e 98 mil toneladas, de fibra longa e fluff.
Já as vendas de papéis e embalagens nos três últimos meses do ano passado totalizaram 479 mil toneladas, com destaque para o crescimento de 4% em produtos de conversão diante do bom momento da expedição brasileira de caixas de papelão ondulado.
Ganho de mercado
A melhora nas vendas domésticas de papéis e caixas de papelão ondulado e o maior volume comercializado de celulose de fibra longa levaram a Klabin a ampliar presença no mercado interno no quarto trimestre. No intervalo, o volume de produtos vendidos pela companhia no Brasil representou 50% do total, frente a 46% um ano antes e 49% no terceiro trimestre.
Conforme a Klabin, o maior otimismo em relação à economia brasileira seguiu beneficiando a indústria de alimentos e outros bens não duráveis, com impacto positivo na expedição de caixas de papelão, que subiram 6,8% no quarto trimestre segundo dados da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO).
“No mercado externo, a contínua demanda vinda principalmente da China aliada a restrições de uso de aparas mistas por questões ambientais impulsionaram os preços de papéis para embalagem e celulose globalmente”, informa a Klabin, em relatório que acompanha o balanço financeiro.
Nesse ambiente, os preços do kraftliner renovaram a máxima histórica ao atingirem US$ 827 por tonelada no fim de 2017, com alta de 3% em relação ao verificado no encerramento do terceiro trimestre e de 43% no acumulado do ano.
Em 2017, o volume de vendas da Klabin totalizou atingiu 3,22 milhão de toneladas, equivalente a aumento de 22% — puxado principalmente pelo crescimento de 70% nas vendas de celulose com a plena operação da fábrica de Ortigueira.
Investimentos
A companhia encerrou 2017 com investimentos de R$ 925 milhões, ligeiramente abaixo dos R$ 950 milhões estimados inicialmente. Para 2018, a Klabin já indicou que pretende manter os desembolsos em torno em torno de R$ 1 bilhão.
Do valor total investido no ano passado, a maior parcela, de R$ 399 milhões, foi direcionada à continuidade operacional. Outros R$ 228 milhões foram aplicados na operação florestal e R$ 121 milhões em projetos especiais e de expansão. A nova fábrica de celulose, unidade Puma, recebeu R$ 177 milhões.
No quarto trimestre, a Klabin investiu R$ 248 milhões, dos quais R$ 45 milhões em projetos especiais e expansões.
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Source: Celulose Online